Rio+20: Oceanos e programa de proteção ambiental
devem ser destaques em documento
Negociadores
confiam que o documento final será mais bem recebido pela sociedade civil, que
reagiu com críticas ao texto preliminar...
RIO DE JANEIRO - O comando do Brasil nas
negociações para a conclusão do documento da Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, vai concentrar as atenções no
fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (Pnuma) e na
proteção dos oceanos. Ressaltando esses dois aspectos, os negociadores confiam
que o documento final será mais bem recebido pela sociedade civil, que reagiu
com críticas ao texto preliminar.
O secretário executivo da
Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse que o debate
sobre o Pnuma foi o que mais avançou nas negociações desde a noite de anteontem
(16), quando o governo brasileiro concluiu a primeira versão preliminar do
texto da Rio+20.
Na tentativa de amenizar o texto,
apontado como pouco ambicioso, segundo ambientalistas, Figueiredo Machado disse
que o formato permitirá avanços e detalhamentos futuros.
“Se não está fechado, o texto está
praticamente concluído. [O documento] fala sobre como queremos fortalecer
coletivamente o Pnuma e há descrição das funções e meios de implementar. Com
isso, estamos coletivamente dando um sinal claro de que o programa não sairá da
conferência como entrou”, disse o diplomata.
“Temos como fazer linguagem
mais aceitável que leve ao mesmo resultado. Não me preocupa a divergência
porque a busca de linguagem continua, ela vai ser encontrada e levará ao mesmo
tipo de resultado”, disse o embaixador.
Nas últimas 48 horas, a palavra de
ordem é acelerar as negociações para buscar um acordo sobre as questões
divergentes antes da reunião de cúpula, de 20 a 22, quando são esperados 115
chefes de Estado e Governo na Rio+20.
Segundo Brice Lalonde, a Rio+20 é uma
oportunidade para considerar o futuro que
queremos
A Conferência será realizada no Rio de Janeiro, Brasil, em junho
de 2012, vinte anos após a Cúpula da Terra no Rio em 1992.
"A
Rio +20 diz respeito aos próximos 20 anos e não apenas os 20 anos que se
passaram entre agora e 1992. Precisamos fazer periodicamente um balanço para
ver se alcançamos os objetivos determinados pelos nossos chefes de estado, se é
necessário revê-los ou criar novos e ver se a solidariedade coletiva e as
Nações Unidas continuam a trabalhar bem, além de analisar se o países nesses
tempos de crise não estão caindo no perigoso “cada um por si” ", disse
Lalonde.
Nessa
conferência, os líderes mundiais, os milhares de participantes do setor privado
e as ONGs se reunirão para determinar como reduzir a pobreza, como promover a
justiça social e como proteger o meio ambiente ao mesmo tempo em que o planeta
está se tornando cada vez mais povoado.
"O
conceito de sustentabilidade foi publicado em 1987, ou seja, alguns anos antes
da Cúpula da Terra no Rio em 1992 pela Comissão das Nações Unidas liderada pelo
Dr. Brundtland", lembrou o Sr. Lalonde. "A economia verde é um
capítulo do desenvolvimento sustentável, aquele que diz respeito à relação entre
economia e ecologia. Precisamos que o desenvolvimento econômico não seja
alcançado à custa da natureza, porque os pobres são os que mais dependem da
natureza. "
“Os
pescadores precisam de peixe e os agricultores precisam de terra fértil”, disse
Lalonde. “A natureza é, portanto, um capital, assim como máquinas, fábricas ou
o capital financeiro. O capital natural deve ser mantido uma vez que é uma infraestrutura
econômica”.
"Na
Rio+20, esperamos cinco a seis resultados diferentes. Espera-se que a declaração,
de acordo com a resolução da ONU que criou a conferência, seja um texto
concentrado e político. Haverá dois textos: a declaração política e o programa
de ação nos anexos ", disse Lalonde.
Para
o coordenador da conferência, esta é uma oportunidade histórica para
desenvolver idéias que podem trazer um futuro sustentável - um futuro com mais
postos de trabalho com fontes de energia limpa, com maior segurança e com um
padrão de vida decente para todos. "A Rio +20 será um dos encontros
mundiais mais importantes do nosso tempo para o desenvolvimento sustentável
", disse ele.
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